O Supremo Tribunal Federal irá analisar o alcance das normas estabelecidas por Convênios. Dessa vez, a Corte foi provocada pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica que ajuizou a ADI nº 6624 para contestar a alteração na metodologia de arrecadação do ICMS em operações de energia elétrica, instituída pelo Decreto nº 40.628/19, do Estado do Amazonas. Ao incorporar o Convênio ICMS nº 50/19 à legislação estadual, o Decreto majorou o tributo pela incidência da Margem de Valor Agregado de 150%.
Neste sentido, a Associação pleiteia que o Supremo acolha o entendimento de que os convênios não possuem competência para disciplinar sobre método de cálculo de imposto, sob pena de afronta ao princípio da legalidade, competindo a cada Estado, mediante a elaboração de lei específica, regulamentar a matéria de arrecadação de impostos.
Destaca-se que, em outubro de 2020, na ADI nº 4281, a Corte decidiu que é inconstitucional o Decreto do Estado de São Paulo nº 54.177/2009, que instituiu o regime de substituição tributária lateral do ICMS no setor elétrico, sob o entendimento de que o decreto inovou ao estabelecer a substituição do responsável pelo recolhimento do imposto (as distribuidoras, ao invés das comercializadoras), sem expressa previsão legal para tanto. No referido julgamento foi arguida a violação ao artigo 150, inciso I, da CF/88, que veda à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
O ministro Dias Toffoli, relator do caso que será analisado (ADI nº 6624), decidiu aplicar o rito previsto no art. 12 da Lei nº 9.868/1999 (Lei das ADIs), o qual permite seja o caso remetido diretamente à análise do Plenário da Corte. Portanto, aguarda-se que a Corte chancele o entendimento já exarado, estabelecendo um posicionamento que poderá guiar futuras discussões semelhantes.
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