O Supremo Tribunal Federal retomou, no último dia 18 de novembro, por meio do plenário virtual, o julgamento que analisa se a posterior mudança de jurisprudência da Corte em temas tributários gera a quebra automática do trânsito em julgado de casos anteriormente decididos em sentido contrário (Temas nºs 881 e 885 da RG).
Destaca-se que o julgamento tinha sido interrompido, em outubro do ano corrente, por conta do pedido de vista do Ministro Gilmar Mendes. Com o retorno dos autos em pauta, Gilmar Mendes apresentou seu voto-vista no sentido de acompanhar os relatores dos casos, Ministros Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. No entanto, acabou por divergir no tocante à aplicação dos princípios da anterioridade anual e da noventena, uma vez que no seu entender, seria desnecessária a aplicação dos referidos princípios no caso em análise.
Com o referido voto apresentado, o STF já tinha formado maioria no RE nº 949.297 (Tema nº 881), no sentido de que a decisão transitada em julgado que declara a inexistência de relação jurídico-tributária, ao fundamento de inconstitucionalidade incidental de tributo, perde sua eficácia em razão de superveniente declaração de constitucionalidade da norma pelo STF, na via do controle concentrado e abstrato de constitucionalidade. A maioria de votos foi formada pelo entendimento dos Ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia que seguiram o Relator, assim como pelos votos dos Ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, que votaram com ressalvas.
Já com relação ao RE nº 955.227 (Tema nº 885) que estava sendo julgado em conjunto, de relatoria do Ministro Luís Roberto Barroso, até o momento tinham sido proferidos cinco votos. O Relator votou pela possibilidade da “quebra” de decisões transitadas em julgado, no que foi acompanhado por quatro Ministros: Rosa Weber, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes (com ressalvas).
No entanto, na presente data, os julgamentos foram interrompidos em razão do pedido de destaque feito pelo Ministro Edson Fachin. Na prática, ambos os julgamentos serão reiniciados, em sessão presencial ainda não definida pela Corte, ocasião em que novos entendimentos poderão ser manifestados sobre o tema.
A controvérsia se mostra de grande relevância para as empresas e a expectativa é que, no próximo ano, a presidente da Corte, Ministra Rosa Weber, inclua ambos os processos em pauta para um novo julgamento.
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